terça-feira, 30 de setembro de 2008


" Primeira página, primeiro diário... O que eu deveria escrever? "Saudações"? Não há muito sentido nisso, já que a verdade é que estou apenas conversando comigo mesma. Na realidade, só aceitei de boa vontade fazer um diário quando percebi que, ao redigir em um livro secreto meus maiores segredos e anceios, estou escrevendo uma carta endereçada a mim mesma, que lerei quando bem quiser, e apenas eu entenderei os motivos e os sentimentos das palavras reveladas.
Talvez, por esta razão, diários se tornaram tão populares entre mulheres (e homens!), por sua reciprocidade perfeita, como um espelho, invenção pela qual o remetente e o destinatário são idênticos, e por isso se compreendem, são os mesmos, são um só.
Contudo, quem escreve um diário sempre guarda no âmago do seu ser um íntimo desejo que ele seja lido. Lido e admirado. Nestes livros secretos nossos problemas são os mais importantes, somos os principais personagens de uma história, os protagonistas de nosso próprio roteiro. Somos atores e autores de nossa própria peça. Anne Frank e Bridget Jones teriam inveja de nós.
As histórias que contamos em nossos diários são puramente reais - às vezes inventamos um pouco na esperança de que o leitor infrator se deslumbre com as narrativas encantadoras. Por isso, um diário, para mim, é mais do que uma coleção de fatos, são pensamentos persausivos que incitam a curiosidade e excitam os instintos daqueles que não podem, mas devem ler. "


Teus escritos são as portas da tua alma.