segunda-feira, 25 de agosto de 2008


"Não adies o momento do combate, nem esperes que tuas armas se enferrujem e o fio de tuas espadas se embote. A vitória é o principal objetivo da guerra".

"A rapidez é a seiva da guerra".

"Quem se defende mostra que sua força é inadequada; quem ataca, mostra que ela é abundante".

"Ao longo de seu curso, a água molda-se ao terreno onde corre. Da mesma forma, teu exército deve adaptar-se ao terreno onde se move. A água sem queda não pode correr; tropas mal conduzidas não podem vencer".



A ARTE DA GUERRA, Sun Tzu.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Coração de Métis.


Eu imaginava os olhos penetrantes de Tzan analizando cada movimento meu. Não, eu não tinha coragem de olhá-lo... A pressão no ambiente era tão forte que não conseguia de forma alguma desgrudar os olhos do livro de Mitologia Grega, em grego. Bem, eu não coneguia ler, também não precisava, as imagens já valem de tudo, as lendas eu já conheço.

Já havia passado algumas horas desde que comecei a "ler" o livro, e Tzan continuava na sala, estava na poltrana aveluadada do canto noroeste em relação à mesa do centro. Aquela poltrona pertenceu ao Lord James Peterwolf, eu havia ganho de herança da minha avó, grande amiga do Lord. Não há pessoa neste mundo que sente naquela poltrona e não pareça superior as demais, talvez o veludo vermelho e o delicado relevo de flores tropicais fizessem a mágica, e talvez por causa dessa mágica Tzan gostava tanto dela. Já eu, não, mas a poltrona é excessivamente cara, não posso guarda-la no porão e dar de presente ao mofo... Se você jogaria 70 mil doláres no porão é um problema seu, eu não faria isso.

Por um momento desviei meu olhar das páginas e mirei Tzan por uns 2 segundos, senti uma faísca nos saindo de seus olhos... Ele mudou de posição e assim, visualizei sua pose: ele era Zeus. Contudo, aqueles olhos diziam que eu não era bem vinda no Olimpo, e isso me incomodava. Eu me senti a própria Métis... só que não estava grávida de Atena. Contudo, tinha que tomar muio cuidado... Ele estava prestes a saltar sobre mim e devorar-me viva e sem piedade.

Oh, sim, Métis... filha do mar e do rio, a mais prudente das deusas... pronta para entregar sua vida às mãos de uma raiva intensa, de um ódio devastador.

Tzan levantou-se da poltrona, caminhou na minha direção... Deixei o livro cair ao chão, página 309, a deusa da prudência pedia por socorro... Socorro!
Tzan freiou próximo à mesa de centro, e dela pegou aquele colar de safiras, cuja procedência ele desconhecia. Caminhou novamente e freiou quando suas polainas encontraram os meus saltos. Eu estava encurralada contra o meu próprio assento... E agora?
Tzan arremessou a pesada jóia contra minha face, e me tirou um L das maçãs... O sangue poderia ser confundido como uma lágrima de terror, e ele encarnou o mais cruel dos homens. A coragem que criara durante toda a noite para aquele ato, as lágrimas que a barba absorvia... Não meu querido, você não quer... Tzan puxou a adaga de prata, levantou-a alto... Rolei da cadeira para o chão, Tzan curvou-se, nossos corpos rastejaram pelo carpete persa - que não, não deveria sujar- valia milhões!


Hermes? Eres tu? Vais me levar a Estiges?

Gritos.